sexta-feira, 25 de setembro de 2009

PALAVRA DO PAPA: a verdadeira sabedoria!

Caros leitores(as):

Neste dia 25 de setembro, gostaria de recordar as palavras do Santo Padre, Papa Bento XVI, proferidas aos fiéis e peregrinos reunidos em Castel Gandolfo durante a Oração do Ângelus no último Domingo, 20 de setembro de 2.009.


Tomando a segunda leitura bíblica indicada para a missa do 25º Domingo do Tempo Comum, Ano B (Tg 3,16-4,3), o Papa apresentou aos fiéis uma belíssima e profunda reflexão sobre a verdadeira sabedoria e a necessidade de sempre torná-la presente em nossos dias.


Segue a transcrição do pronunciamento do Santo Padre. Vale a pena ler:


"Queridos irmãos e irmãs:
Hoje, por ocasião da acostumada reflexão dominical, baseio-me na passagem da Carta de Tiago, que a liturgia do dia apresenta (3, 16-4,3), para deter-me, em particular, em uma expressão que impressiona por sua beleza e sua atualidade.


Trata-se de uma descrição da verdadeira sabedoria, que o apóstolo contrapõe à falsa sabedoria. Esta última é terrena, natural e demoníaca, e se reconhece pelo fato de que provoca invejas, rivalidades e toda espécie de obras más (cf. 3, 16). Pelo contrário, “a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento” (3, 17). Uma lista das sete qualidades, segundo o uso da Bíblia, na qual se destaca a perfeição da autêntica sabedoria e os efeitos positivos que produz.

Como primeira e principal qualidade, apresentada quase como uma premissa das demais, Tiago cita a “pureza”, isto é, a santidade, o reflexo transparente, por assim dizer, de Deus no espírito humano. E, como Deus, de quem procede, a sabedoria não tem necessidade de impor-se pela força, pois tem o vigor invencível da verdade e do amor, que se afirma por si mesmo. Por este motivo, é pacífica, dócil, complacente; não é parcial e não recorre à mentira; é indulgente e generosa, e reconhecida pelos bons frutos que suscita em abundância.

Por que não parar de vez em quando para contemplar a beleza desta sabedoria? Por que não extrair do manancial incontaminado do amor de Deus a sabedoria do coração, que nos desintoxica das escórias da mentira e do egoísmo? Isto se aplica a todos, mas, em primeiro lugar, a quem está chamado a ser promotor e “tecelão” de paz nas comunidades religiosas e civis, nas relações sociais e políticas e nas relações internacionais.

Em nossos dias, talvez em parte por causa de certas dinâmicas próprias das sociedades de massa, constata-se com frequência uma falta de respeito pela verdade e pela palavra dada, junto a uma difundida tendência à agressividade, ao ódio e à vingança.

Tiago escreve: “O fruto da justiça é semeado na paz para aqueles que promovem a paz” (3, 18). Mas para fazer obras de paz é preciso ser homens de paz, colocando-se à escuta da “sabedoria que vem do alto”, para assimilar suas qualidades e produzir seus efeitos. Se cada um, em seu próprio ambiente, conseguisse rejeitar a mentira e a violência nas intenções, nas palavras e nas ações, cultivando com cuidado sentimentos de respeito, de compreensão e de estima pelos demais, talvez não resolveria todos os problemas da vida cotidiana, mas poderia enfrentá-los com mais serenidade e eficácia.

Queridos amigos: mais uma vez, a Sagrada Escritura nos levou a refletir sobre aspectos morais da existência humana, mas a partir de uma realidade que precede a própria moral, isto é, a verdadeira sabedoria. Peçamos a Deus, com confiança, a sabedoria do coração, por intercessão de quem acolheu em seu seio e gerou a Sabedoria encarnada, Jesus Cristo, nosso Senhor. Maria, sede de sabedoria, rogai por nós!"


BENEDICTUS PP. XVI

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