terça-feira, 8 de setembro de 2009

NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA

Caros leitores:

Hoje, dia 8 de setembro, a Igreja festeja a NATIVIDADE DE NOSSA SENHORA.
Interessante é lembrarmos que muitas das festas ou solenidades dedicadas à Maria tem origem oriental, bem como a de hoje, que teria sido iniciada por São Sérgio I, que foi papa oriental, no final do século VII.


De acordo com o Missal Romano, esta solenidade, em suas origens, devia ser a festa da dedicação da basílica de Santa Ana, localizada na cidade de Jerusalém. Isso faz sentido uma vez que, de acordo com a tradição, ali teria sido o local onde tinham moradia fixa os pais de Maria, os santos Joaquim e Ana. A tradição ainda afirma que ambos seriam descendentes, mesmo que distantes, de Davi, o que é muito significativo dentro de uma leitura histórica e bíblica da encarnação de Jesus e da história da salvação.


A festa da Natividade de Nossa Senhora nos convida à descoberta de “uma verdade profunda: a vinda do homem-Deus à Terra foi longamente preparada pelo Pai no decurso dos séculos. A pessoa divina do salvador supera infinitamente tudo o que a humanidade podia gerar, porém a história da humanidade foi como um lento e difícil parto das condições necessárias à Encarnação do Filho de Deus” (cf. Missal Cotidiano, p. 1730). Esta afirmação dá-nos a entender que Maria foi sim escolhida e preparada pelo salvador e, desde sua origem, designada para assumir a missão tão importante de trazer em seu ventre virginal o Cristo. A festa do seu nascimento (natividade) nos faz compreender essa realidade que, por sua vez, nos conduz à história do povo de Deus, ansioso pela chegada do Salvador feito homem. E Ele chega, do meio do povo, do ventre de Maria, que estava prometida em casamento a seu esposo São José. Mas Deus já começara a agir na vida de Maria.


Por esta razão, os cristãos devotos quiseram, desde o início, venerar e colocar em relevo as personagens bem como os fatos que “prepararam o nascimento” de Jesus Cristo, seja isso “no plano humano ou no plano da graça”. Dessa veneração não ficou isenta Maria (Mãe do Salvador), seu nascimento (hoje lembrado), sua concepção, seus pais Joaquim e Ana, bem como seus antepassados.


São elementos que preparam a Encarnação e, crer neles é requisito básico para que se creia no próprio mistério da Encarnação do Verbo, que, segundo o desejo do Pai, teve a “necessidade” de colaboração humana para a concretização da salvação de toda a humanidade. É claro que quem age e salva é sempre Deus mesmo. Mas Ele quis precisar da colaboração da humanidade para realizar tudo isso, embora não precisasse.


Da mesma forma, a salvação da humanidade é desejo de Deus. Ele quer, mas não pode se o ser humano não colaborar. Não pode porque quer que assumamos nossa colaboração, que no fundo corresponde à nossa abertura de fé Nele e em sua ação dentro da história, como aconteceu, por exemplo, na Natividade de Maria (evento histórico pleno da ação de Deus pela salvação de todos).


O Senhor nos propõe a salvação em Jesus Cristo. Ela não é uma imposição, pois, criados com liberdade, somos capazes de responder positivamente (o que Deus espera) ao seu plano de amor. O fechamento egoísta e a falta de abertura à ação de Deus é negar todo o seu empenho de amor por cada ser humano. Um grande santo e sábio já dizia que “Deus sem ti te criou, mas, sem ti, não te salvará”.


O que Ele dá, oferece por amor a todos os seus filhos. É como um sol sempre a brilhar. Envoltos por sua luz, não podemos decidir nos fechar dentro de um quarto escuro e fechar todas as suas portas e janelas de modo que, totalmente isolado, não permita que a luz nele penetre (egoísmo, falta de fé, pecado, escravidão).


Por isso, amados irmãos, a festa de hoje nos chama a contemplação da ação de Deus na história e, particularmente nesta data, na pessoa de Maria, cientes de que a verdadeira devoção à Nossa Senhora sempre nos conduz à Jesus, que ela trouxe para o mundo dentro de seu ventre virginal, totalmente entregue à vontade de Deus. Ela disse sim, fez-se serva do Senhor, e nos trouxe o Salvador. Que Maria nos ajude a encontrar o caminho de seu Filho, do qual ela foi primeira discípula. Assim seja.

ORAÇÃO:
Abri, ó Deus, para os vossos servos e servas os tesouros da vossa graça: e assim como a maternidade de Maria foi a aurora da salvação, a festa do seu nascimento aumente em nós a vossa paz, por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

MARIA, MÃE DE DEUS, ROGAI POR NÓS!


Padre Marcos Radaelli

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