segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ROMARIA DOS PRESBÍTEROS DO BRASIL AO SANTUÁRIO NACIONAL DE APARECIDA

A Comissão Nacional de Presbíteros (CNP) está organizando uma grande peregrinação dos presbíteros (padres) do Brasil ao Santuário Nacional de Aparecida, na cidade de Aparecida-SP.

O evento deverá acontecer no dia 6 de fevereiro de 2010, ano que vem, portanto. Todos os presbíteros do país deverão ser convidados para esta romaria, que integrará as atividades do 13º Encontro Nacional de Presbíteros (ENP). O início deste encontro está previsto para o dia 3 de fevereiro e deverá estender-se até o dia 9 do mesmo mês. O local deverá ser o mosteiro de Itaici (Vila Kostka), no município de Indaiatuba-SP, contando com a participação de padres representantes de todas as dioceses e congregações religiosas que tenham padres e estejam presentes no Brasil.

Neste ano, o evento é incrementado pela celebração do ANO SACERDOTAL, inaugurado por S. Santidade, o Papa Bento XVI em comemoração aos 150 anos de morte de São João Maria Vianney, santo padroeiro dos padres.

A ocasião (romaria) será muito oportuna para expressar a unidade das dioceses brasileiras entre si em com a Igreja Universal (Católica), bem como propiciar a fraternidade entre os presbíteros que, em suas dioceses ou congregações, estão a serviço do povo de Deus como verdadeiros ministros da unidade, unidos aos seus respectivos bispos diocesanos e inseridos nas mais diferentes realidades sócio-econômicas deste vasto país.

Maiores informações poderão ser encontradas no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
www.cnbb.org.br , procurando por pastorais e organismos e CNP.

Durante todo o Ano Sacerdotal, rezemos constantemente por todos os sacerdotes, aqueles que estão em pleno exercício de seu ministério, bem como pelos sacerdotes idosos e/ou enfermos, que ainda, a seu modo, testemunham um grande amor a Deus e à Igreja, sobretudo pela vida integralmente entregue a serviço de seus irmãos.

Que a intercessão de São João Maria Vianney seja eficaz e seu exemplo de simplicidade e serviço seja presente na vida e no ministério de cada presbítero. Assim seja!
Padre Marcos Radaelli

domingo, 30 de agosto de 2009

"PADRES E BISPOS" NÃO CATÓLICOS - EVITAR CONFUSÃO

Não há pouco tempo, temos testemunhado a presença de bispos e padres supostamente ou com aparência de ministros ordenados da Igreja Católica Apostólica Romana marcando presença em muitas cidades e divulgando seus trabalhos através dos meios de comunicação. Apenas aparência, pois não o são de fato.

Em virtude disso faz-se necessária uma exortação ao povo católico para que não se confunda com as aparências. Estes supostos bispos e padres aparecem freqüentemente nos meios de comunicação (rádio, jornais, internet, etc.), muitas vezes oferecendo serviços religiosos, como missas (às vezes de “cura e libertação”), batizados, casamentos, bênçãos, crismas, exorcismos e outros. Estes sacramentos ou sacramentais, perante as Leis da Igreja Católica Apostólica Romana não são válidos nem lícitos, e não passam de mera simulação. Além do mais, nenhum ministro não católico tem autorização para utilizar os rituais próprios para celebrações litúrgicas católicas.

Uma grande dificuldade é reconhecer a diferença, uma vez que tais igrejas se apropriam dos elementos simbólicos tradicionalmente presentes na Igreja Católica, como as vestes próprias para os padres e bispos (túnica, estola, alva, casula, mitra, báculo, solidéu, etc), imagens de santos (Nossa Senhora Aparecida, Santo Expedito, Senhor Bom Jesus, Santa Cruz, etc.), material para missa (cálice, âmbulas, hóstias, alfaias, etc.), água benta, celebrações (Semana Santa, festa de santos e datas comemorativas), bênçãos (da saúde aos enfermos, objetos, documentos, etc.), exéquias (funerais), dentre tantos outros elementos que causam confusão em nosso povo.

Por estes motivos, quando houver dúvidas sobre a autêntica identidade destes padres e bispos, ou seja, se não houver certeza de que pertencem e estão em plena comunhão com a Igreja Católica Apostólica Romana, convém procurar esclarecer-se a respeito, seja informando-se com algum outro sacerdote ou diretamente na cúria diocesana.

Este cuidado evitará futuros inconvenientes, pois, muitas pessoas buscam receber os sacramentos nestas igrejas, sobretudo pela facilidade (quase sem critérios) com que são administrados, principalmente casamentos e batizados. Como dissemos, estes sacramentos, perante as Leis da Igreja Católica, não são válidos.

Além disso, deve-se considerar que não é de praxe que padres e bispos católicos publiquem anúncios em jornais, revistas e na Internet, oferecendo serviços religiosos, seja qual for, inclusive cobrando taxas altas, muito acima dos emolumentos ou colaborações normalmente pedidas e previamente determinadas por cada diocese. Também não é usual que padres e bispos verdadeiramente católicos administrem sacramentos fora do território de suas paróquias ou dioceses sem que tenham antes solicitado autorização do ordinário local. Assim, por exemplo, um padre não pode sair de sua paróquia e celebrar missas ou casamentos em outra, mesmo que seja vizinha, sem que o bispo, o vigário episcopal ou o pároco local o tenha autorizado.

Vivemos num país onde existe liberdade de culto ou de prática religiosa. Estas igrejas tem, perante as leis do país, o direito de existir, e este artigo não tem, em hipótese alguma, a intenção de atacar ou tolher os direitos que possuem. Porém, pela confusão que muitas vezes o uso de títulos e elementos pertencentes à tradição católica podem causar, é necessário que os pastores (padres e bispos) exerçam seu ofício de zelar pelos que lhes são confiados, esclarecendo as dúvidas, evitando que se percam ou abandonem a plena comunhão com a verdadeira Igreja Católica, agindo em conformidade com a imagem de Jesus Cristo Bom Pastor. Dessa forma, não podem os ministros católicos omitir-se diante do fato de que muitos de seus fiéis freqüentem por engano tais igrejas, embora se deva respeitar a decisão dos acatólicos que participam de tais cultos, agindo segundo sua consciência e em total liberdade.

É preciso, enfim, que cada fiel tenha consciência disso e esclareça os que lhe são próximos para evitar quaisquer inconvenientes, presentes ou futuros, e a fim de que permaneçam em total comunhão com a Igreja.


Que o Senhor Deus da vida derrame sobre todos vós a sua bênção!
PADRE MARCOS RADAELLI

sábado, 29 de agosto de 2009

CATEQUISTAS VÃO EM ROMARIA À APARECIDA-SP

Amanhã, dia 30 de agosto de 2009, os catequistas do Estado de São Paulo (Regional Sul 1 da CNBB) e alguns convidados de outras regiões do país farão sua romaria para o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em Aparecida SP.

A razão desta romaria é a celebração do ANO CATEQUÉTICO, no corrente ano. Existem muitos motivos para tal como os 50 anos do primeiro Ano Catequético, os 30 anos da publicação da Exortação Apostólica “Catechesi Tradentae” bem como da Conferência Episcopal Latino-Americana em Puebla.

Soma-se a isso a necessidade de reconhecer o valor ou importância da dedicação dos inúmeros catequistas, em suas comunidades e inseridos nas mais diversas realidades, ensinando a fé e mostrando o caminho do seguimento de Jesus aos que se preparam, principalmente, para receber os sacramentos da iniciação cristã.

A romaria de amanhã vem ser um significativo estímulo para que se coloque em prática o ainda recente DIRETÓRIO NACIONAL DE CATEQUESE, publicado em 2005, bem como o DOCUMENTO DE APARECIDA (DA), fruto da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, realizada em 2007, na cidade de Aparecida, e inaugurada pessoalmente pelo Papa Bento XVI. Estes documentos, bem como outros já conhecidos pelos catequistas, são de indispensável importância para aumentar a consciência da dimensão catequética da própria missão da Igreja, que é evangelizar. Isso permitirá que os agentes catequistas conduzam mais eficazmente os catequizandos à um aprofundamento de sua fé e um encontro real com Jesus Cristo, a quem são chamados a seguir.

Este momento da romaria está já sendo preparado nas comunidades, sobretudo pelo estudo do texto base do ano catequético, intitulado “Catequese: caminho para o discipulado e a missão”. Este valioso subsídio precisa ser conhecido e “dissecado” nos grupos de catequistas, a fim de que, além de aprofundar a realidade catequética de que participam, estejam muito mais motivados para a celebração deste Ano Catequético. Para incrementar esta motivação, nossa diocese já recebeu a CHAMA CATEQUÉTICA, que esteve presente em várias de nossas comunidades paroquiais, que fervorosamente acolheram este sinal. Agora, nossos catequistas são convidados para este grande momento da romaria.

Amanhã, dia 30 de agosto, no Santuário Nacional, haverá uma missa transmitida ao vivo pela TV Aparecida, às 08h00 (oito da manhã), presidida por S. Ex. Revma. Dom Eugênio Adrian Rixen, bispo de Goiás-GO. Dom Eugênio é o bispo responsável pela Comissão para Animação Bíblico-Catequética da CNBB. Depois da missa, os participantes deverão participar de diversas atividades durante o período da manhã.

Rezemos neste dia por todos os nossos catequistas que, unidos ao nosso bispo Dom Vilson, estarão reunidos em aparecida com bispos e catequistas de todo o Estado de São Paulo.
Padre Marcos Radaelli

MEMÓRIA DO MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BATISTA, PRESURSOR DO MESSIAS


Caros leitores:

Fazemos hoje a memória do MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BATISTA.
“O maior dentre os nascidos de mulher, segundo o elogio de Jesus, morreu vítima de sua fé nos valores de conversão messiânica que havia pregado. A narrativa de seu martírio por decapitação, ocorrido na fortaleza de Maqueronte, sobre o Mar Morto, onde Herodes se retirara em férias, Jesus ouviu-a de viva voz dos discípulos do Batista (entre os quais João evangelista e André) (Mc 6,17-20). A data de hoje recorda, talvez a dedicação da antiga basílica em honra do precursor do Messias, erguida em Sebaste, na Samaria” (Cf. Missal Cotidiano, p. 1726).

ORAÇÃO
Ó Deus, quisestes que São João Batista fosse o precursor do nascimento e da morte do vosso Filho; como ele tombou na luta pela justiça e a verdade, fazei-nos também lutar corajosamente para testemunhar a vossa Palavra. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

SÃO JOÃO BATISTA, ROGAI A DEUS POR NÓS!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

RÁDIO VATICANA RECORDA OS 10 ANOS DE FALECIMENTO DE DOM HÉLDER CÂMARA

Ontem, dia 27 de agosto de 2009, o SITE da Rádio Vaticana (www.radiovaticana.org) recordou os 10 anos de falecimento do Arcebispo Emérito de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara. Além disso, se estivesse vivo, o arcebispo completaria 100 anos de vida neste dia.

De acordo com a Rádio Vaticana, a data seria lembrada com uma Missa na Catedral de Olinda, celebrada pelo Arcebispo de Aparecida e presidente do Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM), Dom Raimundo Damasceno Assis.

Algumas das características marcantes de Dom Hélder, além de sua erudição e singular eloqüência, eram o amor pelos pobres, a defesa da vida e dos direitos humanos. A este respeito cita a Rádio Vaticana: “Numa das suas passagens por Portugal, D. Hélder da Câmara afirmou que “ninguém nasce para ser escravo ou mendigo”. No entanto, ao observar a realidade que o circundava, o antigo bispo de Olinda e Recife (Brasil) via que eles existiam e estavam bem perto do pastor”.

No dia 07 de julho de 1980, em sua primeira visita ao Brasil, o saudoso Papa João Paulo II reabilitou a imagem de Dom Helder, muitas vezes incompreendido por muitos, e o chamou de “irmão dos pobres e meu irmão”. Este abraço se repetiu em 1997, na última visita do pontífice ao país, na Catedral Metropolitana de São Sebastião do rio de Janeiro, durante a procissão de entrada da Santa Missa celebrada pelo papa. Um grande gesto de reconhecimento de sua santidade, dedicação e vivência concreta dos valores do evangelho, que faziam de Dom Hélder um “pastor segundo o coração de Jesus”.

QUE DOM HÉLDER E TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS, PELA MISERICÓRDIA DE DEUS, DESCANSEM EM PAZ!

Padre Marcos Radaelli

MEMÓRIA DE SANTO AGOSTINHO, BISPO E DOUTOR DA IGREJA



Caros leitores(as) deste blog:

Hoje, dia 28 de agosto, a Igreja faz memória de um grande santo,
AGOSTINHO, BISPO E DOUTOR DA IGREJA.
Este grande homem nasceu por volta do ano 354, em Tagaste, na África. Sua juventude não foi perfeita, ao contrário, muito turbulenta ou perturbada, não apenas intelectualmente, mas moralmente também.
No entanto, fez uma profunda experiência de conversão à fé cristã. Segundo a tradição, Agostinho foi batizado por Santo Ambrósio, em Milão, no ano de 387. Já convertido, ele retornou para Tagaste, sua terra natal, e procurou ter uma vida de intensa ascese, muito diferente de sua vida anterior, testemunhando como Deus é capaz de transformar os corações e renovar a vida dos que o procuram sinceramente.
Mas sua trajetória não para por ai. Tamanha foi a mudança na vida de Agostinho, que ele foi chamado, por aclamação, a servir mais de perto a Igreja. Foi eleito bispo de Hipona.
Durante 34 anos, ele foi um verdadeiro pastor e exemplo para a porção do rebanho do Senhor que lhe fora confiado. Além disso, por sua dedicação e inteligência privilegiada, pôde oferecer ao seu povo uma sólida formação para aprofundar a fé em Jesus Cristo. São numerosos o seus sermões e demais escritos, muitos dos quais ainda se conservam e são constantemente publicados. Isso lhe permitiu combater com coragem os erros presentes em seu tempo, transmitindo com sabedoria a fé católica.
Santo Agostinho morreu por volta do ano 430.
Seu exemplo é ainda muito atual em nosso mundo moderno, pois muitas vidas já tiveram ou ainda necessitam passar por uma experiência profunda de conversão. O grande convite deste santo, é que voltemos o coração cada vez mais a Cristo e nos tornemos cada vez mais anunciadores da fé, comprometidos com a verdade, ajudando a construir um mundo melhor, de pessoas livres, felizes e conscientes de sua vocação à santidade, não obstante nossos pecados presentes.

ORAÇÃO
Renovai, ó Deus, na vossa Igreja aquele espírito com o qual cumulastes o bispo Santo Agostinho para que, repletos do mesmo espírito, só de vós tenhamos sede, fonte da verdadeira sabedoria, e só a vós busquemos, autor do amor eterno. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amem!

SANTO AGOSTINHO, BISPO E DOUTOR DA IGREJA, ROGAI A DEUS POR NÓS!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

TERMINA HOJE O RETIRO DOS PRESBÍTEROS DA DIOCESE DE LIMEIRA

Hoje, dia 27 de agosto de 2009, quarta-feira, na Vila Kóstika (Itaici), encerra-se o Retiro Anual dos presbíteros da Diocese de Limeira, com missa presidida pelo bispo Dom Vilson Dias de Oliveira e concelebrada pelos cerca de 70 participantes.

A missa deve acontecer logo mais, as 10h00, e o encerramento acontece com um almoço de confraternização no mesmo local.


Os padres passaram três dias ouvindo palestras, meditando a Palavra de Deus, fazendo orações (pessoais e comunitárias) e celebrando a Santa Missa. Estes exercícios espirituais sempre são necessários para reanimar o entusiasmo na missão evangelizadora em suas comunidades paroquiais.


Rezemos por todos os padres de nossa diocese, para que, reabastecidos, sejam no meio do povo a imagem viva do Cristo Bom Pastor.
PADRE MARCOS RADAELLI

MEMÓRIA DE SANTA MÔNICA

Caros leitores:

Hoje, dia 27 de agosto, fazemos memória de uma grande mulher, SANTA MÔNICA, mãe de Sto. Agostinho, bispo e doutor da Igreja, cuja memória celebraremos amanhã.


"Santa mônica nasceu em Tagaste (África), no ano 331, de uma família cristã. Ainda muito jovem foi dada em matrimônio a um homem chamado Patrício. Teve vários filhos, entre os quais Agostinho, por cuja conversão derramou muitas lágrimas e orou insistentemente a Deus. Exemplo de mãe verdadeiramente santa, alimentou a sua fé com uma vida de intensa oração e enriqueceu-a com suas virtudes. Morreu em Óstia no ano 387" (Cf. Missal Cotidiano, p. 1231).


Celebrar a memória desta grande santa, nos faz pensar nas inúmeras e batalhadoras mulheres que lutam, trabalham, oram e se dedicam cotidianamente preocupadas em bem educar seus filhos, mostrando o bom caminho, protegendo-os de todo mal e ensinando-os a ser discípulos de Jesus Cristo.


Mais uma vez o testemunho dos santos nos ensina como é importante investir na formação de famílias verdadeiramente cristãs, que sejam verdadeiros espaços de vivência da Fé, do Amor e de testemunho de vida.


Que a intercessão de Santa Mônica obtenha para nossas famílias a graça de serem verdadeiras "Igrejas Domésticas".


ORAÇÃO

Ó Deus, consolação dos que choram, que acolhestes misericordioso as lágrimas de Santa Mônica, pela conversão de seu filho Agostinho, dai-nos, pela intercessão de ambos, chorar os nossos pecados e alcançar o vosso perdão. Por nossso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!


SANTA MÔNICA, ROGAI POR NÓS!
PADRE MARCOS RADAELLI

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

TÚMULOS CAIADOS: A HIPOCRISIA DOS FARISEUS E DOUTORES DA LEI

Caros leitores(as):

Estamos na quarta-feira da 21ª semana do Tempo Comum. Tempo muito importante, como é importante todo o ano litúrgico, que escontra sua centralidade e ápice no Tríduo pascal. No entando, o Tempo Comum é muito oportuno para comtemplarmos os feitos de Jesus, anunciando com palavras e ações o Reino de Deus. Esta contemplação ou meditação estão presentes na Santa Missa, na Liturgia das Horas, nos círculos bíblicos, enfim nos momentos de oração da Igreja, nas comunidades ou nas orações de cada pessoa particularmente.


Hoje, dia 26 de agosto de 2009, gostaria de partilhar com vocês uma pequena reflexão da perícope do Evangelho lida na missa. Antes disso, segue o texto na íntegra:


"Naquele tempo, disse Jesus: Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão. Assim também vós: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Edificais sepulcros aos profetas, adornais os monumentos dos justos e dizeis: Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos manchado nossas mãos como eles no sangue dos profetas. Testemunhais assim contra vós mesmos que sois de fato os filhos dos assassinos dos profetas. Acabai, pois, de encher a medida de vossos pais!" (Cf. Mt 23, 27-32).


O texto vem em sequência ao de ontem (Mt 23,23-26), que nos apresentava Jesus desmascarando energicamente a postura fanática dos farireus e o suposto ar de pureza que os envolvia.


Aqui, as palavras de Jesus continuam enérgicas e diretas. Ele se utiliza de uma comparação muito clara em suas intenções e em seu recado. Chama os mestres da lei e os fariseus de sepulcros caiados. É a grande denúncia da contradição destes dois grupos de grande força na religião judaica da época de Jesus. O Mestre mostrava assim como suas convicções ou crenças estavam muito distantes de uma vivência concreta das mesmas. Algumas de suas idéias (não todas) até eram boas, desejáveis, e eles de fato entendiam profundamente das leis e conheciam a Palavra de Deus. Porém, tanto conhecimento não ultrapassava o nível teórico. Não eram capazes de passar para o plano da prática o conhecimento que possuiam, nem de usá-lo com sabedoria. Esta postura não era aceita por Jesus, que pede maior compromisso com aquilo que se crê. Trata-se de crer no que se conhece e praticar o que se crê.


Mas em tudo isso, tem-se a impressão de que a contradição reside no simples fato de deixarem de fazer algo, de não tomarem qualquer atitude, ou seja, no não fazer nada. Não é bem isso que Jesus aponta. A contradição ou o não praticar a Palavra e a lei residia justamente no agir diferente de suas convicções. O problema era bem este, não por omissão, total passividade ou comodismo, mas por agir, fazer muito, mas tudo diferente da fé que professavam. flatava-lhes a misericórdia, o desprendimento e, como no passado, desprezavam os profetas, aos quais levantaram honrosas sepulturas. Agora é a Jesus que querem matar, reproduzindo o equívoco de outrora. Equívoco camuflado ou escondido numa piedade de aparências. Além dela não há nada mais que infidelidade a Deus. Estes são os túmulos caiados, cheios de carne em estado de putrefação, cheirando mal!


Diante desta palavra, que é dura não apenas aos fariseus mas a cada um de nós, pois também temos, cada qual a seu modo, suas incoerências, precisamos entender a intenção de Jesus. Ele desmascara sim os erros, mas para que haja na pessoa verdadeira renovação, conversão, pois o Reino chegou e é preciso rever nossa maneira de viver a fé.


É um grande desafio a nós, também imperfeitos na busca pela santidade, viver a fé. Ela presisa ser uma realidade mais sincera e profunda, presente em nossa vida, em nossa prática pastoral, na nossa convivência comunitária. Ela, dá-nos a entender Jesus, é o caminho para sermos puros diante de Deus. Não somos talvez tão coerentes em tudo, porém jamais devemos nos acomodar nos erros que cometemos e nas imperfeições que possuímos. Devemos ser sinceros e colocar diante de Deus o mais íntimo de nosso ser, o que temos de bom e o que temos de ruim, a fim de que permitamos que Ele, em sua misericórdia e amor infinitos, nos transforme em novas criaturas. O cristão, presente no mundo mas sem a ele pertencer, dever ser uma nova criatura, capaz de abandonar tudo aquilo que é pecado, morte, escravidão, pois em Cristo já somos esta nova criatura.


Ele, Jesus Cristo, é a imagem insuperável de todo ser humano renovado, realizado, santo. Cristo é nosso modelo único, do qual imitadores foram até os maiores santos da história da Igreja. A imitação de Jesus é o caminho mais viável para não sermos como os fariseus e os doutores da lei de sua época, que eram legalistas, hipócritas, sem misericórdia, exclusivistas, enfim, túmulos caiados. A grande lei, sintetizada por Jesus, é a do amor a Deus e ao próximo... quem assim procede, é puro diante de seu Senhor.


Que a Palavra de Deus, neste dia, caros irmãos, nos ajude a sermos perseverantes na busca de uma religião mais fiel e engajada numa prática que demonstre o quando vivemos o amor. Assim seja!
Pe. Marcos Radaelli

terça-feira, 25 de agosto de 2009

CHAMADOS À VIDA CONSAGRADA

Prezados leitores :
Nestes dias do mês de agosto, a Igreja nos convida a lançar um olhar todo especial para a vocação à vida religiosa ou consagrada. É uma vocação muito importante para a missão da Igreja e nela está presente desde o início do cristianismo, em constante evolução.
Antes de tudo é preciso ter presente, como em todas as outras vocações, que Cristo chamou a todos para o seu seguimento, e isso sem fazer discriminações. Mas, sempre há uma exigência: assumir verdadeiramente um compromisso. Somente assim o seguimento de Jesus é possível. Suas palavras são muito precisas a este respeito: “Quem não toma sua cruz e não vem depois de mim, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,27). Aqui emerge para o discípulo a consciência de que exigência significa, consequentemente, renúncia (Lc 14,33), despojamento (Mt 19,21), total dedicação (Mt 19,12).
As formas de vida consagrada surgidas na história da Igreja vão aos poucos se aprofundando e dando consistência ao propósito de assumir uma vida de amor a Deus e ao próximo, conforme a proposta do próprio Cristo. A idéia foi quase que imediatamente assimilada pelos discípulos, que perceberam ai um caminho oportuno de total consagração ao seu Senhor. Entenderam também que consagração significa reservar-se (“separar”) para algo muito específico. Não significa propriamente deixar de estar no mundo, mas uma maneira diferente de ser e estar no mundo. Claro que isto indica uma missão específica, com natureza própria, em função de algo, pois uma consagração só tem sentido deste modo. Não é uma opção orientada apenas para si mesmo, mas, como verdadeira expressão testemunhal do amor de Deus, abre-se para o serviço do povo. Caso contrário a consagração não teria razão de ser. É chamado de Deus, que sempre tem como objetivo uma missão a cumprir. Claro que da resposta ao chamado de Deus à vida consagrada depende a auto-realização da pessoa. Mas consagrar-se somente tendo em vista a auto-realização não corresponde a um verdadeiro chamado divino, pois este, além de trazer felicidade ao que foi chamado, o orienta para uma missão específica.
Em todos os casos, a consagração significa uma dedicação ou entrega total a Deus. O decreto conciliar “Perfectae Caritatis”, sobre a adequada renovação da vida religiosa, já reafirmava esta dimensão da consagração: “Os membros de todo e qualquer Instituto lembrem-se principalmente que responderam à vocação divina pela profissão dos conselhos evangélicos, não para morrerem para o pecado (cf. Rm 6,11), mas também para, renunciando ao mundo, viverem exclusivamente para Deus”. E ainda salienta a dimensão do serviço que lhe é intrínseca nesta consagração total a Deus: “Toda a vida puseram ao seu serviço, o que constitui uma consagração especial, que se radica intimamente na consagração do batismo e a exprime mais perfeitamente. Tendo, porém, sido aceita pela Igreja esta doação de si mesmos, considerem-se também como adstritos ao seu serviço” (PC 5).
Note-se o fato de que a consagração e o serviço a que se destina a consagração religiosa, tem uma relação inerente com o sacramento do Batismo. Aliás, é uma maneira de assumir e viver radicalmente a vocação deste sacramento. O apóstolo São Paulo expressou esta realidade quando escreveu ao romanos: “Pelo batismo somos sepultados com ele na morte, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos, por meio da glória do Pai, assim também nós possamos caminhar numa vida nova” (Rm 6,4). Neste pequeno versículo, São Paulo recorda aos romanos que Jesus não morreu por qualquer motivo ou sem motivo. Também sua morte não foi natural. Ele foi morto, vítima de uma conjuntura que não admitia sua proposta, a proposta do Reino de Deus. Uma sociedade maculada por um sistema injusto e mortal não abria espaço para o anúncio de Jesus Cristo, por isso ele era considerado digno de ser eliminado, e de fato o foi. Sua morte e sua rejeição são o sinal mais eloqüente do pecado do mundo. O pecado matou Jesus, mas esta já era sua condenação, pois Deus o ressuscitou dentre os mortos. Ressurgido para sempre, Jesus é a expressão máxima da vida que de Deus procede, condenando a sociedade injusta e homicida. Mas a intenção do apóstolo aqui é lembrar aos que escreve que a fé assumida no batismo deve ser vivida e professada na clara consciência de que os cristão participam da páscoa de Cristo. Sua morte e ressurreição é também a morte e ressurreição do povo. É um momento decisivo de transformação, de renovação, que faz surgir um mundo novo, um ser humano novo. Assumir a fé batismal é saber-se uma nova criatura em Jesus Cristo, decidida e forte o suficiente para renunciar o pecado, pessoal e social, lutando contra tudo o que gera no mundo injustiça, morte e desrespeito para com a vida. Com Ele o ser humano ressuscitou, mas também assumiu o compromisso de fazer do mundo algo mais conforme o Reino de Deus, verdadeiramente novo, cujas estruturas, acima de tudo, sejam marcadas por uma cultura de vida, onde realmente haja verdadeira paz, pois ali existe justiça. Este é o gesto radical de quem rompe com quaisquer estruturas de pecado e morte, e abraça o propósito de ser no mundo a presença do Ressuscitado.
Os consagrados, antes de tudo como fruto da consagração batismal, sentem-se chamados por Deus a uma vida que realize esta dimensão pascal da fé cristã no mais radical de suas vidas. Na vida religiosa, estes cristão, mulheres e homens, fazem isto através de três votos, que os levarão a uma vida de maior conformidade com uma humanidade renovada no mistério pascal de Cristo. Estes votos são: castidade, pobreza e obediência. É o que assumem aqueles que tem em si a nobre audácia de ser um sinal de contradição ao romper com um mundo que propõe prazer, posses, e poder. Para muitos isso é uma loucura, algo impossível, inadequado para um mondo moderno e marcado por tantos avanços na ciência e na tecnologia. Mas a questão não gira em torno disto. Significa a ruptura com um sistema, inegavelmente presente e gerador de pecado e morte de muitos filhos de Deus. Em sinal de solidariedade e serviço a estes, os consagrados tem a força de assumir aquilo que, para o um mundo assim orientado, representa apenas loucura. Sem significado para estruturas de pecado e morte, tornam-se sinais concretos para aqueles que são tratados como insignificantes, sobretudo os mais pobres, marginalizados ou excluídos.
Diante de uma cultura moderna e hedonista, onde a busca do prazer sem finalidade concreta e definida parece ser um valor supremo, os consagrados assumem uma vida de castidade, para que sua dedicação total aos mais necessitados seja realmente integral e fecunda. A castidade por si mesma não tem sentido, pois é vivida tendo como referencial maior o amor de Deus, que não se esgota num único ser humano, mas torna este apto a expressá-lo de maneira mais radical. Este estado de vida tem, portanto, uma razão de ser: é “por amor do Reino dos Céus” (Mt 19,12). A pessoa que a assume conscientemente torna seu coração totalmente livre, descomprometido para poder comprometer-se com uma causa maior. Ela intensifica a caridade no serviço a Deus e ao povo e expressa uma confiança muito segura no Senhor e em sua providência. A pessoa bem integrada e madura afetivamente é capaz de assumir a vida em castidade sem que isto lhe seja prejudicial ou não conturbe seus relacionamentos inter-pessoais. Isto só é possível também porque o consagrado percebe que, além de ser preparado afetivamente para assumir a castidade em seu novo estado de vida, ela tem um sentido que transcende sua própria apresentação exterior ou disciplinar. Há aí um valor espiritual vivido comunitariamente entre aqueles que levam a termo as relações fraternas, seja nas comunidades religiosas ou na comunidade eclesial amplamente considerada. Note-se aqui que maturidade psicológica e afetiva não podem ser tratadas sem levar em conta que a espiritualidade lhe é complementar. Ser humano (afetivo) e espiritualidade são realidades intimamente relacionadas. Não é possível tratá-las isoladamente, mas sempre há de se considerar sua complementaridade e integração na pessoa. Somente assim, o voto de castidade pode concorrer para o bem da pessoa e serviço ao Reino de Deus. Infelizmente a imagem veiculada pela mídia, sobretudo através das telenovelas, é a de que os religiosos e religiosas são pessoas incertas, sempre em crise, atrapalhadas, esquisitas, frágeis às paixões, sempre abaladas em relação à sexualidade. Claro que não é possível generalizar, mas esta imagem não reflete a realidade. É preciso considerar cada pessoa individualmente em sua opção para que seja levada a um discernimento sério de sua opção. A maior parte a vive com alegria e fidelidade, no amor e na fraternidade, ao contrário do perfil exibido nos meios de comunicação social. Isto talvez por ignorar os fundamentos da castidade e da vida consagrada, mas certamente mais por representarem uma cultura hedonista que não quer acreditar numa vida assim possível.
O segundo voto é o da pobreza, em contraste com uma cultura consumista que sempre mais incentiva o ter, as posses como meios para a “verdadeira” felicidade. Por outro lado, há de se levar em conta que um mundo assim estruturado não permite que todos vivam dignamente. Os contastes sociais são ainda muito salientes e a injustiça parece tomar proporções muito acentuadas. Não é possível viver radicalmente o propósito de seguir a Jesus Cristo e ser omissos ou coniventes com tanta injustiça e miséria, que condena muitos à exclusão de uma vida digna que lhes permita ser verdadeiramente filhos de Deus. A pobreza assumida voluntariamente pelos religiosos é um sinal profético de fidelidade ao Senhor e compromisso com a causa do Reino. Com este voto, comungam da pobreza de Cristo que, sendo rico, despojou-se de tudo para que nós fossemos promovidos com seu despojamento (cf. 2Cor 8,9; Mt 8,20). Mais uma vez emerge aqui a dimensão pascal da vida religiosa, pois a opção pela pobreza leva os consagrados, a exemplo de Cristo, a um despojamento de tudo para que todos sejam promovidos. É, como o próprio Senhor, esvaziar-se e entregar-se pela vida do mundo, fazendo a mesma coisa que ele fez. Esta pobreza precisa ser real e expressar-se no despojamento material e na simplicidade espiritual, para que os pobres, por esta maneira de ser, sejam ajudados no sustento, não só material mas também espiritual. A solicitude com os mais necessitados, deve expressar-se através da partilha fraterna, testemunhada e incentivada pelos religiosos diante da sociedade, seja dentro da própria Igreja ou em relação àqueles que sofrem grandes privações. Sabem os consagrados que, aprendendo a viver assim, não lhes falta o necessário para suprir suas necessidades básicas. Dão, dessa forma, exemplo daquilo a que a sociedade é chamada: partilhar fraternalmente todos os bens espirituais, culturais e materiais. Os jovens chamados à vida religiosa, assimilando os valores do Reino proclamados por Jesus Cristo, vão se capacitando para viver com simplicidade e pobreza para bem desenvolverem a missão que o Senhor lhe confia. Diante de inúmeras propostas de sucesso material, de posses, os vocacionados são desafiados a ser no mundo uma verdadeira contradição, e mostrar que o caminho, que é o próprio Cristo, é fonte de verdade e vida para todos que se propõe seguí-lo. Mostram, assim, ao mundo um outro conceito de felicidade possível, real, justo e fraterno.
Os consagrados também fazem voto de obediência. Mas uma vez, tornam-se sinal de contradição diante de uma cultura também marcada pela busca e pela ilusão do poder. Muitos homens e mulheres de nosso tempo acreditam que a felicidade verdadeira só é possível quando se detém o poder sobre os outros seres humanos, sobre a natureza, sobre a sociedade, enfim, sobre tudo. É a tentação se ser senhores, de dominar, que garantir seus interesses e nada além disso. Neste mundo, só tem oportunidades os que tem poder, e aos outros só resta serem dominados e lutar pela própria sobrevivência. Novamente surge o problema da exclusão, pois muitos são os considerados descartáveis, seja porque não se modelam à cultura da dominação ou porque representam uma ameaça à mesma. Novamente depara-se aqui com um contar-valor em relação ao Reino de Deus. Nele há oportunidade para todos, há justiça, há participação, existe verdadeira comunhão e o amor fraterno circula mais livremente. Cristo venceu o poder da morte e do pecado e disto os consagrados tornam-se sinais no mundo. A Deus oferecem como que em sacrifício a própria vontade, sintonizando-se mais estreitamente ao desígnio salvífico de Deus, na busca de em tudo cumprir a vontade do Senhor, não a própria. Tomam como exemplo o próprio Filho, que veio para em tudo fazer a vontade do Pai, como servo de toda humanidade, para que fosse salva. É neste sentido, de sujeição à vontade de Deus, que os religiosos devem sujeitar-se aos seus legítimos superiores. Precisa reconhecer neles a presença de Deus que lhes confia uma missão especial. Esta obediência torna fecundo o apostolado e contribui para que o Reino seja vivido, a partir da própria Igreja, numa estrutura marcada pela comunhão e participação, buscando todos a fiel observância, em tudo, da vontade de Deus. Como o Cristo, que foi obediente ao Pai servindo seus irmãos, também os consagrados alegremente assumem o serviço aos que mais necessitam, levando adiante a própria missão da Igreja, de evangelizar os pobres, anunciando um tempo novo, de graça e paz. Usando obedientemente os dons que de Deus receberam, contribuem para a edificação do Corpo de Cristo, sem buscar o poder, mas fazendo total uso da liberdade, com a qual foram dotados desde o início pelo Criador. Aliás, a obediência não anula, mas leva a termo a liberdade do ser humano, pois somente levando isto em conta é que alguém pode fazer voto de obediência. Nunca poderá fazê-lo validamente por coação ou como fuga do mundo. Quem professa obediência, na verdade assume uma grande autoridade. Não uma autoridade conceituada segundo os moldes do mundo atual, mas de acordo com o modelo vivido por Cristo e expresso nos Evangelhos: o serviço. Este é autêntica expressão vivencial da caridade fraterna, dentro ou fora da comunidade religiosa, que faz exercer a verdadeira autoridade.
Dessa forma, prezados leitores, fazendo opção por um carisma proposto pela congregação ou instituto religioso, os consagrados professam solenemente o desejo de, vivendo a castidade, a pobreza e a obediência, viver a fé como seguidores de Jesus pelas estradas do mundo. Anunciando o Reino de Deus e testemunhando uma vida em comum como algo possível, mesmo se a cultura tente formar um ser humano individualista, exprimem pelo próprio estado de vida o verdadeiro sentido da vida humana, tal como revelado pelo Cristo. Mas também mostra que o fim último da existência humana está no Criador mesmo.
Por isso, neste mês vocacional, precisamos salientar em todas as comunidades a importância da vida consagrada para a Igreja, de modo a despertar no coração de nossos jovens, homens e mulheres, o desejo de consagrar-se à Deus dessa forma. É preciso que os jovens, presentes sobretudo na catequese e na vida paroquial, sejam educados de modo a habilitarem-se para uma discernimento seguro que os faça sentir mais claramente o chamado de Deus. Com o apoio dos fiéis, precisam ser amparados e apoiados quando manifestarem esta vocação, de modo que, bem orientados, sejam encorajados a assumi-la. Para tal, a própria comunidade precisa estar preparada para encaminhar os vocacionados, dando-lhes a conhecer o grande número de possibilidades, que deriva da grande diversidade de carismas assumidos pelas inúmeras congregações. Algumas para religiosas, outras para religiosos, outras ainda para religiosos sacerdotes ou para a vida contemplativa. Todas são formas válidas, eficazes e autênticas de concretizar a vida cristã, assumindo radicalmente a fé batismal.
Enfim, nesta terceira semana do mês de agosto temos uma dupla tarefa. A primeira é elevar ao Senhor nosso sentimento de ação de graças por todos os religiosos, homens e mulheres, espalhados pelo mundo inteiro, levando esperança e animo a tantos irmãos que necessitam. A eles também agradeçamos pela doação de vida e roguemos ao Senhor que os ilumine e conserve sempre fiéis na missão. Neste agradecimento vale lembrar as palavras do Papa Bento XVI na abertura da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe: “A Igreja da América Latina vos agradece pelo grande trabalho que vindes realizando ao longo dos séculos pelo Evangelho de Cristo a favor de vossos irmãos, principalmente pelos mais pobres e marginalizados. Convido a todos para que colaborem sempre com os bispos, trabalhando unidos a eles, que são os responsáveis pela pastoral. Exorto-vos também a uma obediência sincera à autoridade da Igreja. Não tenham outro ideal que não seja a santidade conforme os ensinamentos de vossos fundadores” (DI 5). Já a segunda tarefa é assumir o propósito de, continuamente, rezar pelas vocações à vida consagrada, empenhando-se, também, de verdade na promoção das mesmas, auxiliando todos os que se sentem vocacionados para este estado de vida. Que os nossos jovens sejam cada vez mais atrevidos e corajosos pra assumirem no mundo um estado de vida, muitas vezes ignorado, mas nem por isso menos importante. Saibam que esta importância deriva do fato de que o Evangelho é sempre Boa Nova, em todos os tempos, em todos os lugares. É sempre uma palavra necessária, adequada, atual, geradora e criadora de vida. Amado jovem, Cristo te chama, o mundo Dele necessita. Resta-te apenas um sim generoso ao Senhor. Qual será a sua resposta? Prezados jovens, não tenham dúvida: Cristo te quer! Ele precisa de você! Ele conta com você! Não tenham medo de atender seu apelo!
Que o Senhor da messe e Pastor do rebanho vos abençoe!
Padre Marcos Radaelli

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

RETIRO ANUAL DOS PRESBÍTEROS

Conforme programação, tem início hoje, dia 24 de agosto de 2009, o RETIRO ANUAL DOS PRESBÍTEROS da Diocese de Limeira, que deverá estender-se até a quinta-feira dia 27.


Atualmente a diocese conta com 57 paróquias, 05 quase-paróquias e aproximadamente 80 sacerdotes, somando-se o clero diocesano, religiosos e padres em uso de ordem e residentes.


O retiro acontecerá em Itaici, no mosteiro Vila Kostka, na cidade de Indaiatuba-SP, e terá como pregador o Padre Álvaro Barreiro, SJ. A ocasião é sempre oportuna para orar e meditar, a fim de reabastecer a vida espiritual e recobrar o ânimo na missão e no exercício do ministério ordenado.


Estejamos todos, nesta semana, unidos em oração por nossos padres que, junto com nosso bispo Dom Vilson, estarão em retiro.
Padre Marcos Radaelli

MEMÓRIA FESTIVA DE SÃO BARTOLOMEU, APÓSTOLO

Caros leitores deste blog:


Hoje, 24 de agosto, o calendário litúrgico nos convida à celebrar festivamente a memória de SÃO BARTOLOMEU APÓSTOLO.

Segundo a tradição, ele teria nascido em Caná, em data desconhecida. Quem o conduziu a Jesus foi outro apóstolo, Filipe.

Acredita-se que, depois da Ascensão do Senhor ao Céu, este grande apóstolo teria pregaro o Evangelho na Índia, local onde foi martirizado.


ORAÇÃO

Ó Deus, fortalecei em nós aquela fé que levou São Bartolomeu a seguir de coração o vosso Filho, e fazei que, pelas preces do Apóstolo, a vossa Igreja se torne sacramento da salvação para todos os povos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!


SÃO BARTOLOMEU APÓSTO, ROGAI POR NÓS!
Padre Marcos Radaelli

domingo, 23 de agosto de 2009

DESCALVADO GANHA NOVA QUASE-PARÓQUIA

A cidade de Descalvado-SP, da região norte da Diocese de Limeira, está em festa. Hoje, dia 23 de agosto (domingo), será instalada a quase-paróquia São Sebastião, no bairro que leva seu nome.

A Celebração Eucarística presidida por S Ex. Revma. Dom Vilson Dias de Oliveira, DD Bispo diocesano, acontecerá às 17h00 deste Domingo.


Na ocasião será apresentado seu administrador, o Padre Antonio Marcos Venezian que, desde o início deste ano já exerce seu ministério em Descalvado, preparando a criação desta quase-paróquia e auxiliando o atual pároco, Pe. Alexander L. Dezotti, também empossado no corrente ano.


O passo que hoje é dado é muito importante e irá oferecer um grande benefício para os fiéis que pertencem a esta comunidade. Diz o Código de Direito Canônico: "Salvo determinação contrária do direito, à paróquia se equipara a quase-paróquia, que é, na Igreja particular, uma determinada comunidade de fiéis confiada a um sacerdote como a pastou próprio, ainda não erigida como paróquia por circustâncias especiais" (Cf. CDC, cân. 516, §1).


A comunidade São Sebastião é uma das mais antigas da Paróquia Nossa Senhora do Belém, instalada em 1835, quando ainda pertencia à Arquidiocese de São Paulo. Desmenbrada desta paróquia, a futura paróquia irá contar com várias comunidades a ela anexas, de modo que estas poderão ser melhor atendidas pelo novo pároco.


Rezemos ao Senhor pelos fiéis descalvadenses e pelo Padre Antonio Marcos Venezian, que hoje assume esta missão tão importante junto a este povo. Que ele seja sempre a presença de Jesus Cristo Bom Pastor, formando verdadeiros discípulos do Mestre, orientando os corações para os caminhos da verdade e do amor.
Padre Marcos Radaelli

CHAMADOS AO MATRIMÔNIO


Prezados irmãos(as):
Estamos no mês vocacionao (agosto) e seguindo a proposta da Igreja para estes dias, somos convidados a tornar presente em nossas orações a intenção por todos aqueles(as) que sentem-se chamados por Deus ao Matrimônio. Além disso, convém que a família seja um tema muito bem refletido nas comunidades, especialmente junto aos jovens, junto àqueles que se preparam para o matrimônio, sejam eles casais de namorados ou noivos, ou junto aos que já receberam este sacramento. Por isso, embora seja importante, não basta nesta semana comemorar apenas o dia dos pais. É preciso lembrar da família considerada amplamente.
A razão desta atenção especial deriva do fato de o casamento ser também uma vocação. Vocação significa chamado. Para nós cristãos, Deus é quem chama, primeiramente à vida e à santidade, tornando-nos cristãos através do Batismo, que nos faz filhos do Pai no Filho Jesus, libertando-nos do pecado original e nos tornando membros de sua família maior, a Igreja. Todos os que se sentem chamados ao matrimônio devem ter clara consciência de que este chamado é-lhes remetido por Deus mesmo. A decisão pelo casamento é uma resposta à proposta divina, que confere uma missão toda especial.
Embora a vocação dos leigos será refletida na quarta semana de agosto, a vocação matrimonial é própria aos fiéis leigos. Sobre a missão específica dos leigos convém refletir na ocasião, e aqui concentrar-se no que reflete o pensamento da Igreja acerca do Sacramento do Matrimônio. Este é uma das maneiras pelas quais a pessoa humana realiza sua vocação leiga. Precisamente, são chamados a constituir uma família, através da união íntima de amor e vida entre o homem e a mulher. Também assumem o compromisso de acolher os filhos, assumindo a vocação de ser pai ou mãe.
Antes de tudo, é necessário lembrar que a Igreja entende a união entre homem e mulher, através do Sacramento do Matrimônio, a partir da Palavra de Deus. Por isso, tudo o que está contido nesta Palavra torna-se base para o que o magistério eclesial ensina. Esta mesma Palavra leva à compreensão de que o ser humano é obra do amor de Deus. Ele, que em si mesmo é amor, criou-nos com amor e por amor. Mas não é apenas isso, pois o Criador capacitou sua criatura humana para amar. A expressão deste amor realiza-se no chamado ao Matrimônio, pelo qual ambos vivem em íntima comunhão de vida e amor mútuo. É uma relação tão estreita a ponto de “não serem mais dois, mas uma só carne” (Mt 19,6). A natureza intrínseca a esta união concorre para o bem do casal, mas não se encerra nisto, pois o amor de Deus, presente na vida a dois, é orientado também para a geração e educação dos filhos. Os pais, no dia do casamento, conforme explicitamente expresso no rito do Matrimônio, assumem o compromisso de receber com amor os filhos que Deus lhes confiar e, além disso, de educá-los na “lei de Cristo e da Igreja”.
No Antigo Testamento esta realidade está indicada em diversas passagens ou períodos, sempre apontando para a unidade e mesmo ao fato de o vínculo matrimonial ser indissolúvel. É importante salientar que, em termos gerais, o tema central de toda a Sagrada Escritura é a Aliança. O centro desta, no entanto é Jesus Cristo mesmo. Desde os antigos tempos, Deus fez aliança com seu povo, Israel. Sempre foi um pacto de amor, vida e felicidade, desde que houvesse fidelidade. Fidelidade é, aqui, caminho de felicidade, o que não significava ausência de dificuldades. A história do povo de Deus é cheia de episódios alegres, festivos, vitoriosos, mas também tristes, cheios de situações limites. Mas o povo, apesar de muitas vezes rebelar-se e ser infiel, podia contar com um Deus presente e fiel. Mesmo diante das inconstâncias humanas, a misericórdia de Deus sempre foi maior, pois Ele é todo amoroso para com sua criatura, e não deseja perde-la, mas garantir-lhe a vida. Por isso, já há muito tempo a Aliança é descrita em termos nupciais. É como um matrimônio entre Deus e Israel. Esta Antiga Aliança prefigura e prepara a nova e definitiva Aliança, levada a termo por Jesus Cristo, Filho de Deus. Neste tempo novo, de novo pacto, Cristo é o esposo, e a Igreja sua esposa.
Estas considerações são necessárias, pois o Matrimônio é um sacramento. A palavra sacramento significa sinal. É um sinal eficaz da graça de Deus, que torna presente a realidade celebrada litúrgica e sensivelmente. Os nubentes, celebrantes deste sacramento, tornam-se eles mesmos sinais do amor de Cristo que amou e entregou-se por sua Igreja. Cristo restaurou aquilo que, acerca da união entre homem e mulher, era o desejo inicial de Deus. A novidade é que Ele, Cristo, eleva à dignidade de sacramento esta união. Assim, uma vez casados, os cônjuges expressam seu próprio amor pela Igreja. O apóstolo São Paulo, quando escreveu aos cristãos de Éfeso, expressou com as seguintes palavras esta realidade: “Maridos, amai vossas mulheres como Cristo amou a Igreja” (Ef 5,25). Esta passagem é muito significativa, pois, de forma bastante clara, Paulo afirma de que amor se fala. Não é de qualquer amor que vive o casal, mas, sem excluir as outras formas de amor, é do próprio amor de Deus. Nele encontram sua origem, seu sustento e sua finalidade. O casal sente que aquilo que os levou à união matrimonial é algo transcendente, mas agora presente de modo imanente na história de ambos. É um amor perene, fiel, gerador de vida. Nunca se desfaz e é tão grande que não se pode nem medir, como já dizia um santo e sábio: “A medida do amor de Deus é o amor sem medida”. É incomensurável. É caridade. Conscientes disso, o casal há de compreender como é supremo e nobre aquilo que ambos são chamados a expressar no casamento. Compreendem também porque este vínculo é indissolúvel, pois indissolúvel é o amor de Deus para com seu povo. Se o matrimônio é sinal deste amor, não pode se desfazer, apesar de a Igreja compreender a situação dos casais que desejam mas estão impedidos de assumir legitimamente este sacramento, sobretudo por causa de uma união anterior. Estes devem ser acolhidos na comunidade e, apesar dos limites que encontram por seu próprio estado de vida, ser ajudados e orientados a buscar viver uma vida cristã digna. Não se pode admitir, dentro da comunidade cristã, quaisquer formas de preconceitos ou exclusões. Fraternalmente precisam encontrar amparo e descobrir que a Palavra de Deus é para eles Palavra de diálogo, vida, amor e esperança.
O mês vocacional convida a todos para uma atitude eficaz e clara sobre o Matrimônio, sobretudo a Pastoral Vocacional, a Pastoral Familiar, os movimentos familiares e todos os responsáveis pela catequese matrimonial. É preciso que os já casados se conscientizem e renovem o compromisso assumido no consentimento feito no dia do casamento. Já aqueles que se preparam para este grande dia, os namorados e noivos, precisam ser devidamente orientados para que este ato seja plenamente livre e consciente. Saibam eles que o consentimento é um ato realizado pública e liturgicamente na Igreja, diante de todas as testemunhas ali presentes. Também saibam que este gesto é uma expressão comprometedora entre um homem e uma mulher, pois doam-se um ao outro em termos definitivos, enquanto ambos viverem. Este estado de vida assumido é vivido como pacto, como aliança de amor, expresso também e, sobretudo, na fidelidade e na fecundidade, como já afirmado. Por isso, toda celebração matrimonial, celebrada pelos nubentes, deve ser livre, sem coação, responsável, uma decisão madura. É o encontro de duas liberdades: uma a de Deus que os chamou a isso e, outra, do casal que responde livremente a este chamado divino. Chamado e resposta consciente, livre e muito bem refletida.
Também nos ensina a Igreja que este vínculo permanente é também exclusivo. Daí a fidelidade e a indissolubilidade já mencionadas. Mas a família, o lar, é também chamado de Igreja Doméstica. A casa precisa ser um espaço propício de vivência de fé, de graça de Deus, de busca de santidade. Já dizia alguém que levar o Evangelho para dentro da própria família faz dos pais também grandes missionários. Aliás, os pais são os primeiros responsáveis em ensinar os filhos a rezar, em educá-los na fé, em revelar a eles o rosto de um Deus todo-amoroso. E a melhor maneira de fazer isso é pelo testemunho de amor e fidelidade do casal. Se os pais não se amam e não expressam isso aos filhos, nunca conseguirão convencê-los de que Deus é amor. Os filhos devem ser levados a esta constatação através do exemplo dos pais, para que seguindo este exemplo, reproduzam uma vida configurada no amor que aprenderam em família. Com isso, também vão entendendo que a família é expressão e concretização localizada da grande família de Deus, a Igreja.
Por fim, amados irmãos, vale lembrar as palavras do Papa Bento XVI no Discurso Inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, no dia 13 de maio de 2007, em Aparecida – SP. Dizia o Papa que a família, “patrimônio da humanidade, constitui um dos tesouros mais importantes dos povos latino-americanos e caribenhos. Ela tem sido e é escola de fé, palestra de valores humanos e cívicos, lar em que a vida humana nasce e se acolhe generosa e responsavelmente”. Ainda afirma o Papa: “A família é insubstituível para a serenidade pessoal e para a educação de seus filhos” (cf. DI 5). Não há dúvidas da importância da família para a Igreja e para a sociedade humana. Certamente, um dos elementos irrenunciáveis na caminhada para o Reino de Deus é a família. Como Igreja e como família buscamos a santidade. Na família cristã vemos “células” saudáveis para que a sociedade seja um organismo saudável. Esta esperança precisa estar sempre presente na caminhada dos cristãos.
Não apenas neste mês vocacional, mas sempre, prezados leitores, vamos orar pelas famílias. Vamos promover os valores familiares. Vamos ajudar nossos lares a serem verdadeiros espaços de fé e amor.
Que o Senhor Deus da vida vos abençoe!
Padre Marcos Radaelli

MEMÓRIA FESTIVA DE SANTA ROSA DE LIMA, VIRGEM

Caros leitores:
Hoje somos comvidados a celebrar a memória festiva de SANTA ROSA DE LIMA. Esta grande mulher nasceu em Lima (Peru), por volta de 1586. Sua vida é caracterizada pela prática das virtudes cristãs ainda em sua juventude, antes de entrar para a Ordem Terceira de São Domingos. Porém, quando isso aconteceu, Rosa desenvolveu de forma significativa seu propósito de viver santa e cristãmente através de um caminho marcado pela penitência e pela contemplação mística.

Santa Rosa de Lima morreu aos 24 dias do mês de agosto de 1617, e hoje é venerada como Padroeira da América Latina.


ORAÇÃO

Ó Deus, que inspirastes Santa Rosa de Lima, inflamada de amor, a deixar o mundo, a servir os pobres e a viver em austera penitência, concedei-nos, por sua intercessão, seguir na terra os vossos caminhos e gozar no céu as vossas delícias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!


SANTA ROSA DE LIMA, ROGAI POR NÓS!
PADRE MARCOS RADAELLI

sábado, 22 de agosto de 2009

VOCAÇÃO SACERDOTAL

Amados leitores:
Estamos em agosto, mês em que a Igreja no Brasil, conforme seu costume, nos convida a olhar com maior empenho para a sua realidade vocacional, seja através da oração, das reflexões e demais atividades promovidas nas comunidades por meio do Serviço de Animação Vocacional (SAV), normalmente articulado pela Pastoral Vocacional (PV).
Neste mês vocacional, somos convidados a refletir sobre a vocação ao ministério ordenado: os diáconos, padres e bispos. Estes recebem um ministério especial através do Sacramento da Ordem, pelo qual a missão que Cristo confiou aos apóstolos continua ser realizada em sua Igreja. Sabemos que na Igreja há três modalidades ministeriais: os ministérios ordenados, os ministérios instituídos (Leitorado e Acolitado) e os ministérios confiados (ministros extraordinários da Palavra, da Eucaristia...). Mas os ministros que recebem o Sacramento da Ordem recebem, segundo a Doutrina da Igreja, um poder sagrado em nome e com a autoridade de Cristo, no entanto orientado para o serviço do Povo de Deus. Note-se que esta especial consagração confere um poder, mas um poder exercido segundo o exemplo do próprio Mestre Jesus. Aqui, poder é sinônimo de serviço. Cristo é o modelo e cumprimento pleno de todas as prefigurações veterotestamentárias da sagrada Ordem. Jesus Cristo, com o sacrifício da sua cruz, é o “único mediador entre Deus e os homens” (1 Tm 2,5), é o “único Sacerdote à maneira de Melquisedec” (Hb 5,10). Este único sacerdócio de Cristo torna-se presente sacramentalmente no sacerdócio ministerial. Por isso os ordenados são ministros de Jesus. Santo Tomás de Aquino já afirmava que “somente Cristo é o verdadeiro sacerdote; os outros são seus ministros”. Ser ministro é colocar-se pequeno (mínimo) e estar a serviço. É não iludir-se com as honrarias recebidas, mas em tudo e a todos amar e servir humildemente, numa vida conformada a de Jesus Cristo sumo e eterno sacerdote.
O Sacramento da Ordem é, na Igreja, composto de três graus, a saber, o episcopado, o presbiterado e o diaconado.
Como legítimo sucessor dos apóstolos, o bispo recebe o terceiro grau do Sacramento da ordem. É a sua plenitude, que insere o eleito no colégio episcopal. Desse modo, o bispo compartilha com o sucessor do apóstolo Pedro, o papa, e com todos os bispos a solicitude pelas Igrejas do mundo inteiro, embora lhe seja confiada uma porção do povo de Deus, uma diocese. Seu ofício (trabalho) é o de ensinar, como fiel guardião e anunciador da Palavra e da doutrina, mas também deve santificar e reger o rebanho do Senhor que a ele é confiado. Cada diocese é chamada a reconhecer em seu bispo o princípio visível e fundamental de sua unidade com a Igreja Universal. A diocese, unida ao bispo, realiza a universalidade da Igreja. Lá o bispo é o pastor e exerce seu ofício ajudado pelos diáconos, seus auxiliares imediatos, e pelos padres, seus colaboradores.
O segundo grau do Sacramento da Ordem é o presbiterado. O presbítero (padre) é ordenado para exercer o ministério sacerdotal. A ordenação, pela unção do Espírito Santo, confere ao presbítero uma marca indelével, permanente. É assim configurado a Cristo sacerdote, habilitando-o a agir em seu nome e em sua pessoa (IN PERSONA CHRISTI CAPITIS). Dessa forma, deve sempre estar unido ao seu bispo e ser-lhe solícito, pois, a partir da ordenação, tornou-se cooperador da Ordem Episcopal. Deve estar sempre operando junto ao bispo (co-operador) e, presente nas comunidades e diversos serviços, ser como que uma “extensão” do bispo, uma vez que sempre designado por este, conforme a tradição apostólica. Assim, o presbítero deve assumir incansavelmente a função para a qual é consagrado: pregar o Evangelho, celebrar o culto divino, sobretudo o Sacrifício Eucarístico e ser o pastor dos fiéis. Também o presbítero é ordenado para uma missão universal e deve ser solícito com a Igreja espalhada por todo o mundo. No entanto, irá exercer seu ministério numa Igreja Particular (diocese), unido fraternalmente aos demais presbíteros, com os quais forma o “presbitério” que, unido ao bispo diocesano e sempre dependente do mesmo, é co-responsável pela diocese inteira.
Enfim, o primeiro grau do Sacramento da Ordem é o diaconado. O diácono não é ordenado para o sacerdócio, mas é configurado a Cristo servidor de todos. Deve, por isso, estar a serviço de todos, da Igreja. Exerce seu ministério como auxiliar do bispo diocesano e sob sua autoridade imediata. Assim, o diácono auxilia o bispo no ministério da Palavra, do culto divino, da orientação pastoral e sobretudo da caridade aos mais pobres e necessitados. Na Igreja Latina, há o costume de se conferir o diaconado a homens casados ou solteiros que realmente manifestam o propósito de servir a Cristo em sua Igreja através deste ministério. Já os candidatos ao presbiterado são ordenados, antes, diáconos transitórios, enquanto se preparam para o sacerdócio ministerial e assumem a disciplina do celibato.
Nos três graus, o sacramento da ordem só pode ser conferido validamente pelos bispos, sucessores dos apóstolos, segundo as exigências ou natureza próprias de cada grau. Mas, mais que isto, é importante levar em conta que o ordenado é chamado a assemelhar-se cada vez mais ao Senhor Jesus Cristo em sua tríplice função de Sacerdote, Profeta e Rei. Além disso, há de se levar em conta que uma das características maiores do ministro ordenado é o fato de ele ser, onde quer que esteja, sinal e promotor da unidade de toda a Igreja. Onde estão, não falam nem agem por autoridade própria. Também não são pessoas delegadas pelas comunidades ou representantes das mesmas para exercer seu ofício. Mas vale relembrar que agem sempre na Pessoa de Cristo Cabeça e em nome da Igreja. Por isso, ninguém pode arrogar a si mesmo, como muitas vezes acontece, o “título” de bispo, padre ou diácono. Isto só se pode receber validamente da Igreja para agir em nome de Cristo. Embora participem, pelo batismo, do sacerdócio comum dos fiéis, a diferença deste em relação ao sacerdócio ordenado não é apenas de grau, mas também e sobretudo de essência, pois os ministérios ordenados são instituídos por Cristo a serviço dos que participam do sacerdócio comum dos fiéis.
Por tudo o que se apresentou acima, prezados leitores, é uma grande alegria, neste mês dedicado às vocações, agradecermos ao Senhor pelo dom do Sacramento da Ordem e pedir, segundo o mandato do próprio Mestre, que envie trabalhadores para a messe, pois ela é grande e poucos são os operários. Peçamos ao Senhor que envie santos sacerdotes segundo seu coração, para amar e servir esta multidão, muitas vezes desorientada, cansada, ferida e faminta, como ovelhas que não tem pastor.
A Pastoral Vocacional da Diocese de Limeira, sobretudo através das equipes paroquiais, tem se empenhado firmemente na oração pelas vocações sacerdotais e no auxílio material, tão necessário para a formação dos futuros padres. Não temos padres sobrando, mas graças a Deus não há grande carência de vocações. Muitos jovens estão se apresentando com o desejo de fazer um discernimento mais profundo do chamado do Senhor e, destes, vários tomam a decisão de ingressar no seminário e iniciar um processo formativo. Todo o povo de Deus, presente em nossa diocese, em nossas paróquias e comunidades, é responsável em ajudar nossos jovens na descoberta e no encaminhamento das vocações. É muito importante a colaboração de todos, seja apoiando e participando da Pastoral Vocacional, colaborando nas campanhas e demais iniciativas para a manutenção do nosso seminário diocesano. Se faz necessário e justo ajudar o seminário de nossa Diocese de Limeira, pois é dele que vem os padres que estarão em nossas paróquias, servindo nosso povo. Assim, cada um procure ajudar o seminário de sua diocese.
Atualmente a diocese conta com duas casas de formação. Uma em Limeira, na qual os jovens vocacionados permanecem por um ano ou mais discernindo sua vocação. Esta etapa é chamada Propedêutico e, atualmente, tem como responsável pela formação o Padre Isaías Daniel. Outra casa de formação é o Seminário Maior São João Maria Vianney, localizado na cidade de Campinas pelo fato de nossos seminaristas freqüentarem a universidade naquela cidade. Atualmente, o seminário maior acolhe mais de 40 pessoas que, diariamente, se dedicam aos estudos acadêmicos (Filosofia e Teologia), bem como às outras dimensões da formação dos futuros padres, a saber, a espiritual, pastoral e humano-afetiva. Atualmente, esta casa tem como reitor o Padre Robson Monteiro e vice-reitor o Padre Paulo Sérgio Lopes Gonçalves.
Caso você queira colaborar com a formação dos futuros padres de nossa diocese, entre em contato com o padre de sua paróquia ou com a Pastoral Vocacional. Ambos irão dar as orientações necessárias. Toda ajuda é sempre importante e bem-vinda.
Enfim, amados irmãos, que possamos viver este mês vocacional com fé e entusiasmo, somando forças, quer pelas orações ou demais atividades, a fim de que nos descubramos sempre uma igreja toda ministerial, vocacionada (chamada) ao amor e ao serviço.
Fiquem todos em paz, e que o Senhor Deus da vida vos abençoe!
Padre Marcos Radaelli

MEMÓRIA DE NOSSA SENHORA RAINHA

Caros irmãos:
Neste dia 22 de agosto, celebramos a Memória de Nossa Senhora Rainha.

"Em 1944, Pio XII instituia para o dia 22 de agosto, a festa do Coração Imaculado de Maria, em harmonia com a solenidade do S. Cõração de Jesus. Em 1955 estabelecia para 31 de maio a festa de Maria Rainha, paralela à solenidade de Cristo Rei. O novo calendário, assim como aproximou, para mais perfeito significado, a "Memória" do Coração de Maria da solenidade do Coração de Jesus, da mesma forma, colocando a Realeza de Maria a 22 de agosto, oito dias após a Assunção, quis por em relevo a estreita ligação entre a Assunção e Glorificação de Nossa Senhora. A realeza messiânica é o estado a que são destinados todos os cristãos. Maria foi a primeira a realizar em si a promessa de Jesus: ´Comereis e bebereis à minha mesa no meu reino e sentar-vos-eis em tronos para julgar as doze tribos de Israel (Lc 22, 28-30)" (Cf. Missal Cotidiano, p. 1718).


ORAÇÃO

Ó Deus, que fizestes a Mãe do vosso Filho nossa Mãe e Rainha, dai-nos, por sua intercessão, alcançar o reino do céu e a glória prometida aos vossos filhos e filhas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!


NOSSA SENHORA RAINHA, ROGAI POR NÓS!
Pe. Marcos Radaelli

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

SEMINARISTAS DA DIOCESE DE LIMEIRA VOLTAM ÀS AULAS

Os seminaristas da Diocese de limeira retornaram às aulas na última segunda-feira, dia 17 de agosto.

O ínicio das aulas foi adiado para esta data em virtude da pandemia do vírus da nova gripe A H1N1, a chamada "gripe suína".


O seminário maior da diocese, São João Maria Vianney, fica na cidade de Campinas-SP, uma vez que os estudantes fequentam suas aulas na PUC-CAMPINAS. Atualmente possui 13 alunos no curso de Filosofia e 32 no curso de Teologia. Já no Seminário Propedêutico, etapa que antecede o ingresso no seminário maior, a diocese conta com 8 alunos. Todos são oriundos das diversas comunidades paroquiais presentes nos 16 municípios que compõem a Diocese de Limeira.


Rezemos ao Senhor por nossos seminaristas e pelos que se sentem chamados ao sacerdócio, para que perceverem em sua formação a fim de sábia e eficazmente servir ao Povo de Deus.
Padre Marcos Radaelli

MEMÓRIA DE SÃO PIO X, PAPA

Caros leitores:

Hoje dia 21 de agosto, a Igreja faz memória de São Pio X, Papa.
“Nasceu na aldeia de Riese, na região de Veneza (Itália), em 1835. depois de ter desempenhado santamente o ministério sacerdotal, foi sucessivamente bispo de Mântua, patriarca de Veneza, e papa, eleito no ano de 1903. Adotou como lema de seu pontificado “Restaurar todas as coisas em Cristo”, ideal que de fato orientou a sua ação pontifícia, na simplicidade de espírito, pobreza e fortaleza, dando assim um novo incremento à vida cristã na Igreja. Teve também que combater energicamente contra os erros que nela se infiltravam. Morreu no dia 20 de agosto de 1914”.

ORAÇÃO:
Ó Deus, que para defender a fé católica e restaurar todas as coisas em Cristo, cumulastes o papa São Pio X de sabedoria divina e coragem apostólica, fazei-nos alcançar o prêmio eterno, dóceis às suas instruções e seus exemplos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

São Pio X, rogai por nós!
Pe. Marcos Radaelli

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

UMA QUESTÃO VITAL


Um dos grandes desafios para a moral cristã atualmente diz respeito diretamente à valorização da vida humana em sua integralidade.
O homem moderno vive num mundo amplo e complexo, que o faz testemunhar um avanço cada vez mais acelerado da ciência e da tecnologia, pontos que tocam diretamente na questão dos valores e sua hierarquia. A grande pergunta que emerge é justamente sobre o grau de importância atribuído à vida dos seres humanos, já que a mesma parece ser importante apenas como meio para promover uma sociedade onde o centro das atenções não reside mais no próprio ser humano. É neste ponto que surgem os problemas, pois a moral cristã leva-nos à afirmação de que no mundo a vida de cada homem ou mulher está no mais alto grau da escala axiológica, sobretudo tomando por base a Sagrada Escritura e de modo mais direto o Evangelho. Deve-se considerar ainda que dentre os mandamentos de Deus, um deles anula quaisquer possibilidades de recusa do referido valor. O “não matarás” é bem claro e dispensa maiores explicações.
É preocupante quando os rumos da sociedade deixam de considerar este princípio. Sem recair num pessimismo absoluto, a realidade é bastante eloqüente neste sentido, pois os rumos ou tendências da economia, da política, da educação, da justiça e de tudo o mais que constitui a realidade humana ou seu espaço vital nos fornecem dados seguros para a afirmação antes apresentada.
Não foge de nossa consciência a certeza de que o Evangelho é uma proposta com incalculável potencial humanizador. Por outro lado, sem negar o valor e a importância contidos na evolução da ciência e da tecnologia, emerge a consciência de que os mesmos já não são mais capazes de suprir as necessidades indispensáveis para a realização humana. Esta postura não caracteriza um “conservadorismo” extremo, sem fundamento ou inadequado, mas a afirmação tradicional de valores capazes de garantir e oferecer aos homens e mulheres do tempo presente elementos que lhes são inerentes, sem os quais o processo de desumanização é inevitável. A primeira conseqüência, que não deixa de ser patológica, é a perda de sentido para a vida ou o alto grau de insatisfação com a mesma.
Sob este ponto de vista, pode-se apoiar-se na moral cristã quando a mesma afirma que a vida humana é ela mesma um valor que não pode, em hipótese alguma, ser violado. Vale também afirmar que não pode ser retirado do ser humano, pois a própria vida é um valor essencial, sem o qual deixa de ser o que é e não cumpre mais a sua condição de imagem e semelhança do criador. Esta afirmação é muito importante pois nos remete o dever de preservar a vida com todos os meios possíveis. Ela precisa ser defendida, especialmente quando vítima de desrespeito ou de tudo o que a coloca num valor abaixo de quaisquer realidades.
Entende-se, assim, que a consciência moral cristã jamais pode permanecer indiferente diante dos fatos ou circunstâncias históricas nas quais a vida humana sofre desprezo, exploração, marginalização. É triste a constatação de que os seres humanos são tratados de modo tão inferior ou igualados muitas vezes a bens tecnológicos e declarados descartáveis, pois só tem seu valor reconhecido quando produzem riqueza com eficácia e velocidade. Do contrário são dispensados como uma máquina ultrapassada no tempo ou incapaz de seguir determinado ritmo de produção. Para esta lógica, evidentemente perversa à luz da sã moral cristã, pouco ou nada tem importância se a pessoa excluída tem como garantir sua sobrevivência ou se está destinada à pobreza ou miséria absoluta.
Até quando os cristãos continuarão enchendo igrejas, grandes galpões ou estádios de futebol para “glorificar” a Deus, mas omitindo-se no compromisso profético de engajar-se nas iniciativas concretas e levantar a voz pela defesa e promoção da vida? Aqui vale lembrar o pensamento de Santo Irineu ao afirmar que “a glória de Deus é que o ser humano viva”. Assim sendo, como podemos glorificar a Deus em nossos templos quando a comunidade cristã nega-se ao compromisso sócio-transformador, fazendo a opção preferencial pelos mais pobres e fragilizados, seguindo o exemplo do próprio Senhor? É necessário que os cristãos, cada qual segundo seu estado de vida e vocação própria, integrem fé e vida, contribuindo na edificação de um mundo melhor.
O cristão não é um ser separado do resto da comunidade humana. Muitos afirmam que a sociedade é laica e que os valores sustentados pela fé não devem orientar os rumos da sociedade. Quem assim afirma talvez não se dê conta de que esta sociedade, que até pode ser chamada laica, é formada por seres humanos que tem em si, intrinsecamente, um sentido religioso, seja qual for. A religiosidade faz parte da constituição do ser humano, mesmo que este não professe uma fé determinada ou se negue a tal. Por esta e outras razões, jamais é prudente definir os rumos da sociedade humana sem levar em conta tão importante elemento humano e divino. Para os cristãos, isto significa deixar de reconhecer o valor da vida, pois ela é a mais evidente e verdadeira manifestação da glória de Deus. Em Cristo está a maior revelação de Deus, mas também a maior manifestação de humanidade quando o próprio Deus assume rosto humano na pessoa do Filho.
Honrar, respeitar, defender e amar incondicionalmente a própria vida e a vida dos outros constitui a maneira mais autêntica de expressar o mandamento do amor a Deus e ao próximo antes de tudo. O amor verdadeiro a Deus é aquele que impulsiona a pessoa ao encontro com o outro para amá-lo e defende-lo. Tendo diante de si esta meta, o cristão há de entender e garantir que tais princípios iluminem a ética humana e social, pois será na própria sociedade que ele encontrará o espaço vital necessário para desenvolver o seu ser cristão. Este espaço não lhe pode ser negado sob o pretexto de uma “sociedade laica”. É um direito inalienável, pois a vida entendida segundo a moral cristã é também uma realidade que não lhe pode ser impedida ou subtraída.
Portanto, o valor fundamental da vida humana, assim considerada para os cristãos, reside no valor transcendente da pessoa que a fé é capaz de expressar, levando ao compromisso que busca integrar todos os elementos constitutivos da mesma. Estes valores ou elementos, a saber os de ordem física, psicológica e espiritual, devem ser garantidos numa síntese unitária e prioritária, pois só assim são capazes de integrar efetivamente a pessoa na sociedade, de modo que esta integração garanta tudo o que precisa para viver com dignidade e qualidade. Este desafio é grande e indispensável para o cristão consciente. Não se pode mais retardá-lo. É preciso que os cristãos, vivendo sua fé na Igreja, continuem e estejam sempre unidos num grande mutirão pela vida, procurando meios concretos para, em suas comunidades, avaliar o contexto histórico, social e eclesial. Depois disso é necessário tomar as iniciativas necessárias para que o ser humano não se esqueça de si mesmo tendo em vista outras realidades, mas que estas sejam um meio que auxilie as pessoas a encontrar seu verdadeiro sentido e fim. E esta é uma questão vital.
Padre Marcos Radaelli